Para criar as peças da coleção 'Sopro', apresentadas na recém encerrada edição do São Paulo Fashion Week, Flavia Aranha recorreu aos resíduos acumulados pela marca durante o último ano de pandemia.
Dessa imensa colcha de
retalhos, memórias e afetos, surgiram roupas-vivas tingidas em caldeirões de
cobre, com materiais singelos, como
cascas de cebola, semente de abacate, caldo de arroz negro e palha de milho
crioulo.
Elaboradas em algodão, linho,
seda e lã naturais e orgânicos, as roupas foram pensadas a partir de arquétipos
femininos: Mulher Antiga, Mulher Amarela, Mulher Borboleta, Mulher Metamorfose,
Mulher Casulo, Mulher Retalho, Mulher Rosa. Manto Tupinambá. Tudo remete à
potência do feminino que faz nascer, alimenta, protege.
Destaque para as peças em patchwork,
desenvolvidas a partir dos retalhos do ateliê e transformadas em novos tecidos,
numa parceria com as Artesãs de Muquém (GO) e Artesãs de Maciel (MG),
capitaneadas por Renato Imbroisi e Cris Pereira Barreto.
Direção de fotografia: Carine Wallauer |
Ganham ênfase também os
modelos em tapeçaria, feitos à mão por
mulheres da Associação de Tapeceiras de Lagoa do Carro (PE), com fios de lã
Merino dos parceiros da marca Fios da Fazenda (RS), e depois costuradas pela
equipe da marca.
Para complementar as vestes femininas,
a designer sugere broches de aranha, colares apitos e colares lupas, que
convidam a enxergar a vida sob uma nova perspectiva. Os chinelos de taboa foram
confeccionados pela Associação de Mulheres Artesãs de Guapiara Arte Vida e
finalizados com retalhos dos tecidos usados no desfile.
0 comentários :
Postar um comentário