Num futuro próximo, as roupas digitais podem ganhar força no universo da moda. A influenciadora Juliana Cunha lembra que esse recurso insere a moda na realidade virtual. “Tais peças passam um ar futurista, lembrando até a estética usada na série ‘Black Mirror’. Criadas através de programas de computador, apresentam novos interesses de produção, venda e consumo da moda”, destaca a profissional.
A empresa ucraniana Dress-X já comercializa essa novidade, que vem rendendo bons dividendos para seus criadores. “Ano passado, em Nova York, um vestido de pixels foi leiloado por US$ 9.500 (cerca de R$ 53 mil). A peça foi criada pela marca holandesa The Fabricant, especializada em vestes e avatares virtuais e desenvolvedora da plataforma Leela, que permite criar de graça o ‘eu digital’ de cada interessado. Pioneira desse mercado, hoje cuida da produção da marca Dress-X”, lembra a influenciadora.
A empresária Natalia Modenova alerta que uma pesquisa apontou que 9% dos habitantes dos países desenvolvidos compram roupas novas só para postar nas redes sociais. Esse estudo estimulou ela e sua parceira a investirem em um modelo de negócio mais sustentável, que prega a troca do fast fashion pelo fast fashion digital.
Processo Digital
O cliente que deseja adquirir uma peça digital deve escolher o modelo e mandar uma foto pessoal de corpo inteiro à equipe. O prazo de envio, que ocorre por e-mail, é de dois a três dias. O preço varia de acordo com a complexidade e o tempo gasto nos processos de produção, mas no geral os valores das roupas oscilam entre US$ 25, ou R$ 140, e US$ 200, cerca de R$ 1.000.
Juliana conta que as roupas digitais começam a conquistar o consumidores de nosso país. A empresa Genyz, por exemplo, fundada por Cairê Moreira, é a pioneira dos avatares brasileiros e responsável pelas peças das influencers virtuais Mia Bot e Princess A.I. Essa marca também é a primeira da América Latina a oferecer um serviço de escaneamento corporal digital para fabricação de roupas físicas.
Também em nosso país, o Studio Acci,
comandado por Henrique Assis e Letícia Acciarito, desenvolve roupas 3D, a partir de desenhos, fotografias e ideias. Os
primeiros clientes são empresas do
segmento de moda, que usam as peças em propagandas ou editoriais.
Juliana Cunha defende que a roupa virtual “é uma forma da indústria da moda se reinventar e expandir lucros, já que dispensa parte da sua tradicional mão-de-obra, matéria-prima, costureiras e viagens de pesquisas”. Fotos: M F Press Global
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