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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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A moda como símbolo: o que existe por trás da roupa?

Written By Deise Sabbag on quinta-feira, 27 de janeiro de 2022 | janeiro 27, 2022

 



Para Hanayrá Negreiros, pesquisadora de moda e colunista da Elle Brasil, as roupas são como dispositivo de memória, história e cultura.
As vestimentas carregam narrativas, sejam elas religiosas, políticas, culturais. A roupa conta uma história, seja de quem a faz, seja de quem a usa. Os consumidores procuram uma identidade e compram valores simbólicos. Na imagem acima, criação Fendi.

 

Hoje, a moda passou a ser um consumo de objetos com valores por trás da roupa, um produto cultural, criativo e manufatureiro.  No entanto, já foi historicamente palco de muitas proibições, como a proibição de usar calças para mulheres (proibições em razão do sexo) ou de proibições políticas, quando, por exemplo, as forças de ocupação britânicas proibiram os escoceses de usar kilts. A partir de 1800, a produção e o consumo em massa cresceram e estes adquiriram gradualmente um caráter simbólico estável.


 



A famosa “túnica Mao”, abotoada até a gola, com versões mais atuais estreladas por personagens do filme 007, foi usada, em 1949, por Mao-Tsé-Tung, ao proclamar a República Popular da China, para projetar uma China moderna e simbolizar paridade proletária entre os lideres do governo e o povo.

 

Para a museólogo britânica Amy Barnes, o significado dessa túnica representava: “eu rejeito a burguesia e o padrão ocidental de beleza e moda; estou transmitindo uma mensagem de uniformidade e conformidade”.

 

Quanto mais bolsos existissem na túnica, mais status. O tecido também indicava poder, do mais simples (cinza e áspero), ao mais caro (trajes de lã). Na década de 1990, Galliano ressignificou o traje para Dior, usando seda verde e cetim vermelho; e Vivienne Westwood o tornou mais sexy.

 

A indumentária conta também a história de quem a confecciona. Em 2015, um projeto em Milão, Itália, capacitou refugiados que trabalhavam com costura em seus países de origem (Afeganistão, Irã, Somália, Gâmbia e Senegal) para tornarem-se alfaiates de grifes famosas na capital italiana da moda.

 

Foto: Central de Sindicatos Brasileiros


No Brasil, durante o período de pandemia do novo coronavírus, em grave violação de direitos humanos, imigrantes bolivianos e paraguaios, em São Paulo, recebiam R$ 0,05 centavos para confeccionar máscaras para intermediários.






De forma singela e poética, Carla Cristina Garcia define um sentido à cor lilás, como “a cor do feminismo, em honra às 129 mulheres mortas dentro de uma tecelagem norte-americana em 08 de março de 1857, cujo incêndio fora criminosamente provocado pelo dono da fábrica após a greve realizada pelas funcionárias, que reivindicavam melhores condições de trabalho. A história conta que os tecidos em que as vítimas estavam trabalhando neste dia eram da cor lilás, sendo esta data considerada, atualmente, o Dia Internacional da Mulher.”


Assim, as diferentes dimensões da moda não estão no ponto de chegada, nem na reta final, mas sim em ascendente ressignificação.


Texto de Renata Domingues Balbino Munhoz Soares,  advogada, professora e coordenadora acadêmica do e-LLM em Fashion Law Mackenzie. Doutora em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Fashion Law pelo Milano Fashion Institute (Itália) e coordenadora do livro “Fashion Law -- Direito da Moda”, editora Almedina.

Fonte: Imprensa Mackenzie

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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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