Marcando a reabertura de teatros e outros espaços culturais, Eduardo Martini estreia, no dia 21 de novembro, sábado, “Simplesmente
Clô”, monólogo escrito pelo jornalista e
dramaturgo Bruno Cavalcanti sobre a vida e a obra de Clodovil Hernandes (1937-2009). O ator (imagem acima, já "paramentado" para a interpretação) conta que, há anos, tinha o desejo de homenagear no teatro esse estilista, imortalizado como um dos principais nomes da alta-costura
brasileira.
Obedecendo
às restrições e tomando todos os cuidados e orientações para evitar o contágio
do novo Coronavírus, o espetáculo vai cumprir temporada, aos sábados e domingos, no Teatro União Cultural, em São Paulo,
marcando também a nova programação do espaço, gerido por Martini desde o início
do ano de 2020.
Apesar de Clodovil sempre repetir que não queria homenagens póstumas, mas sim
em vida, essa obra ganha importância porque relembra facetas de um
ser humano ácido e explosivo, que como todo ser humano se dividia entre o bem e o mal. Apresenta um profissional dedicado, que lutou incansavelmente para provar seu talento, e venceu.
A peça realiza
um verdadeiro inventário da vida e criações do polêmico figurinista ao longo de
mais de 40 anos de carreira. Apesar de assumir publicamente suas preferências
sexuais, ele sempre repetia: “não tenho honra de ser
homossexual e nem orgulho gay. Tenho honra de ser quem sou”.
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Clô e seus pugs
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E ele era verdadeiro, satírico e direto. Além rememorar sua vida e fatos pouco conhecidos do público, o monólogo também foca nas criações pioneiras na moda, no sucesso
na tevê e no êxito obtido em seu primeiro mandato como deputado federal.
“Não tinha meio termo. O Clodovil era tão amado quanto odiado pelas pessoas.
Afinal, o ser humano não foge dessa dualidade. A ideia é apresentar essa
personagem tão rica e contraditória, e isso sem jamais buscar uma redenção. Ele não gostaria
disso”, expõe Eduardo Martini, que teve a sorte de conviver com o estilista, cuja inteligência e senso de humor admirava.
O ator afirma que não pretende fazer imitação,
mas sim homenagear a personagem. Para tanto, fez uma pesquisa apurada, com intensa imersão completa , pesquisa seus
gestos, jeito de andar, movimento das mãos, olhares e poses.
Devido às restrições orientadas pela Secretaria Municipal de Saúde, uma
exposição com a obra completa do estilista, prevista para a temporada, será
adiada, mas em cena serão apresentados modelos originais criados por Clô.
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Clodovil: tenho honra de ser quem sou |
Para o autor, a ideia do espetáculo é dar continuidade a um trabalho de resgate
à memória de figuras da memória nacional. “Quando escrevi um texto sobre a
Danuza Leão [Pequeno Manual Prático para a Vida Feliz] sabia que não podia
parar ali, e o Clodovil foi uma escolha natural, porque a ideia é conduzir a
plateia numa viagem não só pela vida dessas pessoas, mas também, e
principalmente, traçar um panorama das épocas em que viveram e o que fizeram de importante para a construção cultural
do Brasil”, declara.
“Simplesmente Clô” marca não apenas o retorno de Martini ao palco, mas também o
reencontro do ator com Cavalcanti que, há três anos, iniciaram uma
parceria teatral com a montagem da comédia “Papo com o Diabo”, dirigida por
Elias Andreato. A dupla ainda planeja a montagem de outros três espetáculos até
2022.
“É bastante estimulante voltar com
esse projeto especial e com a qualidade da parceria. Tenho certeza que Clodovil será
um grande marco na minha carreira e uma boa experiência para o público. Sua história de vida foi intensa e corajosa: não
tem como não se emocionar”, completa Martini.
SERVIÇO:
Simplesmente Clô
Data: 21 de novembro a 20 de dezembro
Local: Teatro União Cultural - São Paulo (SP)
Horário:
21h (sábados); 19h (domingos)
Lotação:
130 lugares, obedecendo as medidas de distanciamento.
Endereço: Rua Mário Amaral 209, telefone : 11-38852242
Preço do ingresso: R$ 35,00 (meia) a R$ 70,00 (inteira)
Classificação etária 12 anos
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.
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