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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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Chamada para encontro imperdível com o maestro João Carlos Martins

Written By Deise Sabbag on terça-feira, 30 de outubro de 2018 | outubro 30, 2018



Um bate papo informal e intimista, com  vasto cardápio de música, histórias e emoções,   compõem o espetáculo  Maestro João Carlos Martins Em Concerto, que acontece no dia 4 de dezembro,  no Teatro Porto Seguro. 

Maestro apresenta-se ao piano acompanhado da Camerata Bachiana e com a  participação de Davi Campolongo, um dos jovens que ele apresentou para o mundo da música clássica.

A apresentação  constitui uma rara chance  para entrar em contato com a vida e a arte de João Carlos Martins, cuja incrível trajetóriamarcada pelo lema brasileiro de “não desistir nunca”, já foi registrada em três documentários: o franco-alemão Die Martin’s Passion (2003), o belga Revérie (2007) e o brasileiro O Piano como Destino (2015); além do longa metragem João, o Maestro, produzido pela LC Barreto, e da peça Concerto para João em cartaz no Teatro FAAP.

Sucesso e percalços

A carreira de João Carlos tem muito de perseverança e de  idas e voltas. Ele começou a tocar piano aos sete anos por influência de seu pai, José, que desde a infância sonhava em virar um pianista. Aos oito anos,  venceu seu primeiro concurso musical ao executar obras do compositor alemão Johann Sebastian Bach.

Aos 21 anos, patrocinado por Eleanor Roosevelt, apresentou-se pela primeira vez no Carnegie Hall, em Nova York. No auge de sua carreira de pianista, tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano. Jornais como New York Times, Washington Post e Los Angeles Times dedicaram-lhe reportagens entusiasmadas focando sua personalidade artística.

Aos 25 anos, já consagrado como um dos grandes pianistas do mundo, João Carlos sofreu uma queda enquanto jogava futebol no Central Park, em Nova York, que atingiu o nervo ulnar e provocou atrofia em três dedos, obrigando-o a parar de tocar. Depois de um ano, voltou a tocar com dificuldade. Abandonou a carreira aos 30 anos.

Após sete anos longe do piano, decidiu voltar aos palcos, recebendo excelentes críticas da imprensa e a aclamação do público. Nesse período, porém, descobriu que desenvolveu distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort). Novamente teve que abandonar a carreira. A paixão pela música fez com que ele retornasse anos mais tarde e, mesmo com sequelas, que o forçaram a adaptar novas formas de tocar, iniciou a gravação da obra completa de Bach.

Da resiliência à regência

Em 1995, em um assalto na Bulgária, foi golpeado na cabeça com uma barra de ferro, que provocou uma sequela neurológica, comprometendo o movimento da mão direita. Mas como bom brasileiro, ele não desiste nunca. Por meio de reprogramação cerebral, conseguiu recuperar os movimentos e voltou a tocar com as duas mãos.

Entretanto, esse procedimento médico deixou sequelas no braço direito e na fala. Decidiu passar por um novo procedimento cirúrgico para corrigir o problema e teve os seus movimentos da mão direita afetados. Antes, porém, terminou a gravação da obra completa de Bach para o piano. Passou a fazer apresentações apenas com a mão esquerda.

Mas logo João Carlos  recebeu a notícia de que havia desenvolvido Contratura de Dupuytren na mão esquerda. Embora tenha passado por  novo procedimento cirúrgico,  acabou perdendo o movimento da mão esquerda, o que o inviabilizou novamente de tocar piano. Em 2002, teve que parar de tocar e, dessa vez, acreditou que seria para sempre.

Em 2004, aos 64 anos, João Carlos iniciou os seus estudos de regência. Seis meses depois, apresentou-se com sucesso em Londres, Paris e Bruxelas, como regente convidado, imprimindo em suas interpretações a mesma dinâmica da época de  pianista.
Em 2006, idealizou a Fundação Bachiana, com a missão de levar a música clássica às pessoas que pouco ou nunca ouviram falar dela. Construiu uma sólida carreira com a sua Bachiana Filarmônica SESI-SP, a primeira orquestra brasileira a se apresentar no Carnegie Hall (2007).

Atualmente, a Fundação Bachiana mantém oito núcleos de musicalização para crianças e jovens pelo Brasil e tem realizado cerca de 80 apresentações por ano. Mesmo com todas as limitações físicas, no final dos concertos João Carlos costuma deixar a regência e sentar-se ao piano para rápidas e emocionantes apresentações.

Maestro João Carlos Martins Em Concerto
Dia 4 dezembro - terça-feira, às 21h.
Ingressos: R$ 110,00 plateia / R$ 90,00 balcão/frisas.
Gênero: Música clássica.

TEATRO PORTO SEGURO
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo, tel.  (11) 3226.7300.
Bilheteria: De terça a sábado, das 13h às 21h e domingos, das 12h às 19h.



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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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