Com a proposta de impulsionar e projetar criadores autorais na moda, a Casa de
Criadores (CdC) realizou, no Centro Cultural São Paulo, sua 56ª
edição, apresentando criações de estilistas independentes.
Muitas
das propostas apresentadas não devem ser analisadas ao pé da letra. Elas semeiam ideias soltas para reanimar a moda brasileira. A plataforma destaca que os participantes mostram a que vieram: têm estilo e coragem para protestar e provocar. O importante é fugir do lugar comum, seja chocando, seja
agradando.
Abaixo,
resumo de alguns desfiles:
Shitsurei
Em
desfile performático, a marca colocou, na passarela, modelos majoritariamente
asiáticas, vestindo peças
com assimetrias, recortes e memórias de
pertencimento.
Intitulada
“Objeto Desconhecido”, a coleção de estética sci-fi e paleta dos anos 60
representa um manifesto contra o exotismo e a desumanização que ainda marcam
a experiência de mulheres nipo-brasileiras.
Marlo
Studio
Estreando no line-up oficial, essa marca lançou a coleção “SANTÆ,
com peças que acompanham o ritmo de quem vive nas margens.
Destaque para recortes, transparências, roupas utilitárias e modelagens que dançam no corpo.
O designer buscou materializar um novo paraíso
onde figuras “expulsas” habitam o centro. Personagens
estampados nas peças representam todas as raças e cores, numa visão
inclusiva. Os tecidos destacam um encerado feito com produtos naturais,
criando uma textura amanteigada que brinca com luz e sombra.
Cynthia Mariah
Essa estilista transformou a passarela em picadeiro e o desfile em espetáculo. Modelos com maquiagens circenses sugerem o universo do exagero e provocação. Além de desfilar, eles interagiram com o público com caretas, acrobacias e gestos teatrais.
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Fotos: @lucindapbastos/ divulgação. |
A designer, que se define como artista
multi-maker, mergulhou na vida real dos artistas, suas tradições como povo cigano e
resistência cultural. Pontos
fortes: afrofuturismo, bordados manuais e modelagens amplas que abraçam os diversos
corpo. A coleção traz o ativismo para a passarela, lembrando que certas
culturas ainda são desrespeitadas.
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