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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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SOCORRO: A MODA NUNCA ESTEVE TÃO FEIA!

Written By Deise Sabbag on sexta-feira, 5 de março de 2021 | março 05, 2021



Se, como disse Anatole France, a moda espelha o seu tempo, as coisas nunca estiveram tão pavorosas.  O desleixo com o vestuário me incomoda, como deve incomodar muita gente. Mas, arrepiem-se: tem mais modismos horrendos, como a moda erótica-sexual, pregando  que moderninho é andar com o bumbum empinado, peito pra frente e barriga de fora. Help, meus sais! Passo mal só em pensar nas roupas justérrimas ou decotadésimas, mostrando o que pode e o que não pode, mais trágicas ainda quando  coordenadas com sandálias ou sapatos de plataforma com pinta de  calçados ortopédicos.



 

Reza a lenda  que o costureiro Dener, que vivia numa redoma de seda pura e  rendas, cercado de sofisticação e luxo por todos os lados, ao perceber que a moda estava virando um “tudo pode” ou um “qualquer coisa serve” para cobrir as vergonhas, viu desmoronar  o seu castelo de sonhos. A partir da nova e feia realidade, desenvolveu uma depressão, negando-se a sair de casa, fato  que poderia ter apressado o seu fim.



 

Como ele, muitos saudosistas, inclusive eu, lamentam a reviravolta na forma de se vestir que, ao apoiar-se em uma democracia, mal interpretada como total permissividade, acabou massacrando os cânones mais elementares do correto, do chique...  e até do inteligente.

 


É pena, mas já não se vêem  mais pessoas  elegantes como antigamente. E esse adjetivo não tem necessariamente relação com usar grifes, comprar roupas caras ou investir em itens inacessíveis para a maioria dos mortais brasileiros, e que podem denotar ausência de iniciativa e de personalidade. 

 



A  nova geração de consumo não viu, não  aprendeu e não entendeu  o que é elegância e, portanto, não conhece nem sabe identificar esse padrão, quanto menos adotá-lo em seu cotidiano. Na boa...  poucos sabem interpretar essa virtude e muitos a confundem com o uso de modismos ou com  a exibição desavergonhada do físico. 

 



Ser elegante  não inclui apenas a roupa e complementos; o vestido de seda ou o salto alto; a grife ou a roupa importada.  Está, sim, estreitamente ligado  a quem  escolhe o que vai usar e sabe como usar o que escolhe. Isso expande o sentido da palavra para dons  interiores, e tem muito mais a ver com educação do que  com o vil metal.


 


Uma frase brilhante do costureiro italiano Renato Balestra atesta como devemos mostrar, no nosso dia-a-dia, o que somos. Para ele, “a elegância, como a felicidade, não se compra. ela  se exprime”. E a gente não exprime esse sentimento só uma vez ou outra, mas em todos os momentos (em casa, na feira-livre, no ambiente profissional, na rua, nas reuniões sociais e festas), e isso  durante toda nossa vida. 

 

Deise Sabbag

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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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