Minha irmã vive reclamando de um fenômeno no seu figurino: suas camisetas furam na altura do umbigo. Todas elas. Da mais básica à de grife.
Ninguém até agora deu uma explicação convincente para o fato. Uns dizem que ela encosta a barriga na pia, o que lhe causa certa indignação, uma vez que é dona de casa que mais manda do que faz. Disseram também que o fecho do zíper da calça dela atrita a malha da camiseta, tornando-a mais fina até furar.
Na minha opinião, no entanto, o caso é mais complicado. Acho que ela tem um chip implantado no ventre, louco pra sair. Esse “aplicativo” do além está tentando atualizar automaticamente alguns programas no hardware dela, desses para facilitar a vida, mesmo.
A idéia era transformá-la num ser mais tranqüilo, menos preocupada com a vigilância dos filhos adultos e do marido cinqüentão que parece menos.
Não deu certo. E a vingança do chip veio a cavalo. Um furabolo maluco cujo epicentro fica no umbigo.
PERFIL DAS VÍTIMAS
De tanto que eu perguntei sobre possíveis vítimas do tal fenômeno, minha irmã passou a realizar uma enquete entre amigas. Primeiro reparava no corpo da interlocutora, parava no abdome e, ao mais tênue sinal de ruptura têxtil, disparava:
- Suas camisetas costumar furar nessa região?
Não deu outra. As mulheres acometidas do mal da t-shirt são extremamente apegadas aos filhos, amam fazer comidas diferentes, dão muita atenção às crianças pequenas e quase sempre estão acima do peso, com a gordurinha concentrada na cintura.
Se é o conjunto de fatores o grande responsável pelo misterioso furinho, ou um deles, isoladamente... juro que ainda não decifrei o mistério.
Mas acho que as grandes confecções deveriam conceder um seguro-furo de umbigo para esse perfil diferenciado de mulher. A julgar pelas filas de cativas clientes quarentonas (ou mais) consultadas pela minha irmã, seria triunfal a hipótese.
Uma dessas marcas famosas do varejo poderia realizar uma grande campanha de recall das peças furadas, ali, na viagem ao centro do corpo. Além de simpática, a ação iria ao encontro dos desejos de inconformadas consumidoras. E daria uma resposta para reforçar a região das t-shirts tão vulnerável aos mísseis.
Meg Guida
meg.guida@portavoz.com.br
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