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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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Poéticas Têxteis com o Plus da Criatividade Japonesa

Written By Deise Sabbag on sexta-feira, 23 de agosto de 2019 | agosto 23, 2019



A riqueza e a variedade de tecidos e estampas da cultura japonesa podem ser conferidas na Japan House São Paulo.  Trata-se da exposição Nuno – Poéticas têxteis contemporâneas, em cartaz até  27 de outubro de 2019.
A mostra destaca peças criadas pela designer japonesa Reiko Sudo, da marca Nuno (palavra japonesa  que significa tecido) que desenvolve  materiais e técnicas,  reinterpretando a tradição têxtil do Japão.


Com  curadoria de Adélia Borges, crítica e historiadora de design; e de Mayumi Ito, consultora e fundadora do projeto comunitário Amaria, estão expostos 35 diferentes tecidos desenvolvidos com  matérias-primas que vão de bashofu (fibra de bananeira produzida em Okinawa, no Japão), a páginas de jornais, passando por washi (papel japonês), cobre, plástico, borrachas, penas até materiais tradicionais, como algodão, seda, poliéster, lãs e feltro.


A mostra evidencia a diversidade das técnicas, texturas, materiais e cores, incluindo as formas de produção artesanal, semi-industrial e industrial da marca têxtil. O  arquiteto Pedro Mendes da Rocha, responsável pela expografia,  inspirou-se na organicidade da vida para apresentar  uma grande árvore no térreo do centro cultural, cujos ‘galhos’ e ‘folhagens’ são representados por painéis, de 3,5m de largura, cada qual com um diferente tecido.
Reiko Sudo e uma de suas criações  têxteis

Como parte da mostra,
 a entrada do centro cultural  transformou-se em uma vitrine com koinoboris, carpas estilizadas, símbolos de saúde e longevidade, feitas com tecidos. A exposição também traz uma série de amostras que podem ser manuseadas pelo visitante,  como o Tanabata (2004), tecido de poliéster em formas de origami, que cria sensação de movimento, ou o Kibiso Futsu Crisscross (2008), que reaproveita fibras do casulo de seda, antes descartadas pelo difícil manuseio.

A curadoras ressaltam preocupação da Nuno em manter pequenas tecelagens japonesas ativas e, dessa forma, valorizar técnicas ancestrais do feito à mão,  com novos materiais e tecnologias. Elas lembram que  Reiko Sudo também propõe um novo olhar para o belo, ressignificando, por exemplo, o processo da ferrugem que é utilizado no tingimento de tecidos.
Com itens presentes no acervo de importantes museus internacionais, como o MoMA Museum of Modern Art (Nova Iorque) e Victoria & Albert (Londres), a designer    consegue reunir  o absoluto manual e o extremo high-tech. Fundado em 1984, na cidade de Tóquio, Nuno é considerado um genuíno centro de experimentações.


"O trabalho de Reiko Sudo é admirável. Após mais de 30 anos de fundação da marca, a designer
 contribui com suas inovações, mesmo quando está trabalhando sob a premissa de técnicas tradicionais", pondera Natasha Barzaghi Geenen, Diretora Cultural da Japan House São Paulo.
Além das atividades, ao longo da exposição, a Japan House São Paulo apresenta uma intensa programação em colaboração com algumas instituições para aproximar as realidades japonesas e brasileiras na área da pesquisa de desenvolvimento têxtil. 
Fotos: Alisson Louback

Serviço:
Nuno – Poéticas têxteis contemporâneas
De 20 de agosto a 27 de outubro de 2019
Japan House São Paulo (Av. Paulista, 52)
Terça-feira a Sábado: das 10h às 20h
Domingos e feriados: das 10h às 18h
Entrada gratuita
Confira a programação:  www.facebook.com/JapanHouseSP/

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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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