Utopia foi o tema da 47ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW) que apresentou coleções para o verão 2020. O objetivo do evento foi apresentar uma relação direta com o futuro da moda sob os aspectos da criatividade, collabs, diversidade, sustentabilidade e afetividade.
“Estamos todos em busca de respostas. O evento sempre foi um espaço aberto de co-criação. É bom poder manifestar e compartilhar nossos ideais’, explica Paulo Borges, idealizador e diretor criativo do SPFW.
Bob Store - Gostei da referência às roupas de ski
O tropicalismo brasileiro, o colorido dos anos 80 e a construção de peças esportivas marcam a Primavera/Verão 2020 dessa marca.
O esportivo, em especial a estrutura de roupas de ski, inspirou detalhes, recortes e volumes nas roupas, muitos deles criados através de técnicas de moulage.
Na paleta de cores, a presença de tonalidades vivas e inusitadas são resultado de um minucioso estudo em roupas vintage de esportes de inverno. Tons cítricos, como o verde limão e o laranja, além de nuances de bege, verde, amarelo e azul permeiam a coleção.
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| fotos: agência fotosite |
O tricô, agora em versão estival, aparece mais leve e moderno, com mistura de pontos, texturas, cores e modelagem assimétrica em alguns modelos. A influência de artistas brasileiros, como Bruno Novelli e Tatiana Clauzet, e suas obras ricas em elementos da natureza brasileira, fica visível nas estampas que remetem à natureza, com destaque para a snake. www.bobstore.com.br
PatBO - Amei as estampas tropicais e os tons vibrantes
Essa grife segue na busca do novo, distanciando-se do óbvio, sem medo de arriscar. A coleção Verão 2020, intitulada Origens, resgata influências marcantes do tropicalismo, étnico e feminino, ressaltando a diversidade brasileira por meio de mix de referências.
O toque vintage é marcado por uma cartela com tons lavados que contrastam com o neon. O excesso de texturas, entremeios e aviamentos potencializam looks com riqueza de detalhes e certa dose de ousadia, como o uso do coral total.
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| fotos: Ian Takashi |
Tecidos naturais dão o toque leve e fluído da coleção. A linha As estampas exaltam elementos da fauna com referência retrô. O animal print e transparências se equilibram, combinando referências boho e destacando mangas bufantes e decotes canoa. www.patbo.com.br
LED – Fiquei fã da Diversidade
Após "bichas resistam", esta foi a vez do "ninguém solta a mão de ninguém". A LED apresentou a coleção Zangada, trabalho este desenvolvido como arte-resistência.
Para construir Zangada, o estilista Célio Dias convidou a ilustradora e tatuadora Thereza Nardelli para criar os grafismos da coleção. Também mineira, Thereza é responsável pelo desenho "ninguém solta a mão de ninguém", que viralizou nas redes sociais após o resultadosdas eleições em outubro do ano passado.
“Thereza desenvolve ilustrações que celebram o empoderamento dos corpos, especialmente os femininos e os LGBTQ+, que mais do que nunca precisam ter voz e espaço", comenta Célio.
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| fotos: Fernanda Tiné |
Com a colaboração, a LED leva o grafismo manual também para a estamparia. O tricô, característico da marca, ressurge com finalizações mais limpas e acompanhado da mistura de padrões xadrez. www.led.moda
TRIYA - Olha que lindos listrados!
O verão 2020 dessa marca faz um mergulho no sagrado que habita a natureza e o ser humano. A cultura Inca, seu artesanato, hábitos e cores, foram retratados na coleção a partir de técnicas manuais e grafismos, modelagens e cores.
Em destaque, diversas técnicas milenares, como o macrâme, tererê, tressê, unindo a tecnologia têxtil a novos processos de experimentação, como a lycra com aplicação de resina, corte a laser e estamparia digital.
Outra inovação são as estampas criadas com pinceladas digitais, que permitem a aplicação localizada, seguindo a modelagem da peça e esculpindo o corpo e exaltando suas formas.
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| fotos: agência fotosite |
A cartela de cores é naturalmente quente, com estampas multicoloridas e repleta de tons de rosa, amarelo queimado, azul marinho e preto. As estampas também contam com prints gráficos e vivos, inspirados em tapeçarias, pinturas, assim como no ciclo dos céus e paisagens do Vale Sagrado.
Biquínis e maiôs desenham o corpo, com tops maiores e calcinhas decotadas. Os decotes também aparecem nos vestidos. www.triya.com.br
BEIRA - Muito preto e costurado no avesso
Essa reconhecida label optou por uma cartela em tons de preto, dando destaque para a construção das peças. Costuradas ao avesso, as roupas foram feitas sem uma linha guia, chamando a atenção para o emaranhado delicado do lado interno das costuras. O degradê de tons das linhas destaca a modelagem. O acabamento final evidencia os detalhes de construção.
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| fotos: agência fotosite |
"A ideia de continuidade norteia a identidade da Beira. A primeira coleção da marca ainda é explorada em perspectivas diferentes. Numa tentativa de entender a necessidade de fazer e ter roupa, as coleções conversam entre si”, enfoca Lívia Cunha Campos. www.beira.com.br
COTTON PROJECT - Excelência de vermelho
Na coleção Contra, a marca explora a era dourada da escalada em rocha, mostrando como a contraculturas das décadas de 50 e 60 influenciaram não só o surf e outros movimentos sociais, mas também incentivaram milhares de jovens a trocarem o conforto da vida urbana pela exploração de montanhas.
A inspiração para as calças da coleção vieram dos militares do exército americano. A funcionalidade dessas peças e sua versatilidade era uma ótima opção para os escaladores que não possuíam equipamento específico no início do esporte. Para atingir as cores desejadas com o efeito vintage, foi utilizado o tecido New Haiti, tingido em cores próprias e estonados. Outra matéria prima de escolha é o denim Zat,que aparece nas calças jeans. Sua construção com apenas 1% de elastano garante a elasticidade sem prejudicar a estética nas lavagens.
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| fotos: agência fotosite |
Dando continuidade a parceria de estamparia digital, Cotton Project e Sprint Têxtil se unem novamente para apresentar 3 estampas exclusivas. As duas estampas da coleção masculina têm inspiração nos anos de ouro da escalada, o paisley e Jack Kerouac, escritor da era beat que inspirou os jovens a explorar modos de vida alternativos. Já para o feminino, a estampa foi desenhada manualmente com a técnica de impressão cianótipo.
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