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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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Dá licença: eu gosto da Xuxa, sim. E daí ????

Written By Deise Sabbag on sábado, 15 de dezembro de 2018 | dezembro 15, 2018



Vi, recentemente,  a Xuxa Meneghel  desculpando-se publicamente por ter acreditado na força e espiritualidade do João de Deus e repercutido esse engano. Reconhecer o erro é um ato corajoso, e ela sabe fazer isso.

Falam muito da eterna Rainha dos Baixinhos. Mais mal do que bem, diga-se de passagem.  A maioria detona sua voz muito infantil para a idade, o grito insistente de iuhuu   (uma de suas marcas registradas), a maneira como alçou à fama namorando Pelé, a insistência em não se “plastificar”, seu gordo patrimônio, o controverso filme Amor, estranho amor, de 1982,  onde  ela aparece na cama, seminua, ao lado de um garoto de  12 anos. Por causa disso, ela, que tinha apenas  18 anos na época, foi até chamada de garota de programa infantil. "Falam sem ver o filme", ela argumenta. 

Isso doeu e continua dolorido de pedra. Mas ela responde às críticas de seus detratores com calma e prudência: Não gostam de mim, paciência. Dizem que fiz pacto ali e acolá.  Que não tenho Deus no coração. Mas não só tenho Deus no coração como em minha vida o tempo todo.

Eu Nem Ligo

xuxa em casa. foto bob wolfenson

Esta que vos fala, como fã de carteirinha,  apaga todo esse diz-que-diz-que à  volta da apresentadora  e foca na sua extensa e trabalhosa carreira, dividida  primeiro em longos anos de  programas infantis (e haja paciência!!!) de  sucesso na Globo e mais recentemente -  com a coragem de deixar a emissora todapoderosa que a havia colocado na “geladeira” -  ressurgindo  em programas da não tão potente TV Record até reconquistar certo espaço  no Dancing Days, que conduziu meticulosamente bem ao lado do namorado Junno Andrade.
 
Louvo sua energia renovável. Sinto  que, de colherzinha em colherzinha de café,  ela consegue  somar  esforço e entrega  para    arregimentar e manter  fãs de todas as faixas etárias (e são incontáveis)  não só no Brasil, mas também na Argentina, Miami, Espanha e outras plagas.

Exercício de Afeto

maior xodó com os animais

Ainda outro dia alguém me perguntou por que  gosto da Xuxa,  que não é nenhuma notoriedade cultural, que às vezes gagueja e erra nos  raciocínios mais simplistas.  A resposta é simples: porque ela não é apenas uma Barbie, mas  é  humana. 

Não se parece em nada com celebridades mal humoradas e endeusadas em redomas de vidro como certas atrizes globais de narizes empinados.  Ela passa uma aura de irmã, tia, amigona da gente. Tem um olhar de quem enxerga o outro. Gosta das pessoas, sabe exercer afetos. E importante: ama e defende os animais, o que é mais um ponto que abrilhanta  o lado bondoso de  sua personalidade.

Top Angelical


rosto angelical

Minha simpatia por Xuxa, que, mesmo longe da Globo, segue como  uma das maiores celebridades brasileiras,  nasceu em uma noite quando,  em minhas lides jornalísticas, cruzei seu caminho, no auge de sua fama, num hotel do Nordeste.  No saguão, a então Rainha dos Baixinhos, cercada por um séquito de assessores e equipe, cumprimentava a todos, crianças e marmanjões, atendia gentilmente aos pedidos de autógrafos, sorria para quem se aproximava. 

Essa imagem ficou gravada em minha mente: uma lindíssima loira, de pele bem clara, olhos azuis profundos iluminando o rosto.   Tirante o exagero, me veio à memória um anjo de Rafael Sanzio. Quiçá um anjo feito mulher.


 de óculos e quase sem maquiagem

Em seguida, minha empatia pela Xuxa foi aumentando à medida em que eu vislumbrava uma pessoa de carne e osso, desprovida de  ego superlativo  ou vaidade fútil, que se deixa fotografar em casa, sem produção, de moletom e chinelos, ou chorando, ou de óculos e – o melhor de tudo -  exibindo, sem constrangimento,  aos 55 anos declarados, sinais do passar do tempo.

Aceitando as rugas

xuxa foge dos botox e plásticas

Louvo a atitude corajosa  dessa gaúcha famosa de dispensar artifícios rejuvenescedores. “Não  gosto de plástica, não uso botox, e sou criticada por isso. As pessoas  não aceitam  minhas rugas;  nem eu envelhecer ou engordar”, desabafa.

xô cabelões. corte curto e charmoso.

Assim como ocorre com as plastificacões, ela também rejeita os cabelões, ao contrário do que faz   a maioria das famosas quando aumenta o número de velas no bolo de aniversário - na vã tentativa de  aparentar uma juventude  que ficou para trás. Ela podou na hora certa  suas madeixas e usa um corte curtíssimo, mas lindo.

Olha que currículo!

Poucos  se lembram, mas seu currículo é invejável.  Ela  venceu,  por duas vezes,  Grammy Latino de melhor álbum infantil,  foi a primeira artista a superar a marca de 3 milhões de cópias vendidas de um único LP. E dos dez discos mais vendidos no Brasil, quatro são da eterna Rainha dos Baixinhos.
Bem sucedida na carreira, amealhou seu bilhão dólares merecidamente, labutando em várias frentes:  como modelo, apresentadora,  atriz de cinema, cantora de hits infantis e  empresária de visão. Portanto, sem inveja , minha gente. Ao invés disso, vamos à luta,  que é sempre árdua.  Mesmo que, na contabilidade dos resultados,  não sejamos beijadas por Deus como ela  foi.   
Filantropia na Cabeça
xuxa e junno - imagens do facebook e instagram

Ah...  e quase esquecia da mais elogiável  de sua ações, a filantropia, já que ela sempre fez questão de ajudar, além das crianças,  pessoas carentes,  doentes e necessitadas.  Para coroar minha lista de coisas boas que essa multprofissional fez  – e que nos leva a perdoar outras tantas que podem não ser tão boas – Xuxa  foi  filha exemplar de dona Alda  Meneghel (tem seu nome tatuado no pulso), de quem cuidou na longa doença até a morte,  enche de mimos o namorado Junno e é  mãezona  sempre zelosa e carinhosa de Sasha. 

Precisa mais????

Deise Sabbag

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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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