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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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Não existe inveja boa. Ela sempre envolve sentimento negativo.

Written By Deise Sabbag on terça-feira, 16 de outubro de 2018 | outubro 16, 2018




Inveja é um sentimento de natureza humana que se caracteriza por ódio ou rancor em relação a algo de bom que o outro tem, e você não. A inveja fere o narcisismo e pode levar ao desejo de atacar, “destruir” (literal ou metaforicamente) o objeto bom.

 A palavra vem do latim invidere (olhar - videre). Não à toa se fala de “olho gordo”, “mau olhado” ou “secar com os olhos” para se referir à energia negativa que uma pessoa sente quando atingida pela inveja.

Várias culturas acreditam que o símbolo “evil eye” afasta a inveja e protege a pessoa (por exemplo, o nazar ou “olho turco”, uma pedra arredondada azul com círculos concêntricos que lembram um olho).

Ao contrário do que muitos pensam, não há inveja “boa”. Inveja, por definição, sempre envolve um sentimento ruim, negativo, mesmo que não haja uma intenção consciente de querer o mal de alguém.

Muitas vezes a inveja se mostra de modo sutil. Por exemplo, quando alguém faz pouco caso de algo que o outro tem de bom (como diz o ditado, “quem desdenha quer comprar”). Normalmente, o sentimento é explícito para quem observa o cenário, mas não para o próprio invejoso, que pode não perceber de imediato que demonstrou inveja.


Redes sociais: ilusão de felicidade plena

Com as redes sociais, esse sentimento se torna ainda mais exacerbado. O que mais se vê é o lado bom da vida das pessoas: família reunida, encontros com amigos, premiações/certificados, viagens, etc. Para quem está em uma situação ruim, seja financeira, no relacionamento com amigos e/ou familiares, ou mesmo em depressão,  as postagens das redes acentuam a sensação de inveja e frustração.

Se você se sentir um fracassado ao ver os posts,  lembre-se que estas imagens de praias paradisíacas e festas regadas a champanhes caros só mostram um lado da moeda. As mesmas pessoas que postam isso também têm problemas. Não se iluda com o que vê na internet. A grama do vizinho nunca é tão verde como parece.

Além disso, não temos ideia do que cada pessoa passou para conseguir suas vitórias. Normalmente, só vemos o resultado: a realização da conquista. Mas não sabemos como foi sua trajetória até lá. Pode ter sido um caminho difícil, com muitos sacrifícios e desafios. Pois essa é a vida real de pessoas comuns.

É interessante notar que uma mesma situação pode provocar inveja em uma pessoa, mas não em outra. Isso quer dizer que a inveja se estrutura de modo diferente em cada um, conforme sua personalidade e dinâmica de funcionamento psíquico.

Por ser primitivo e intenso, é difícil de “domar” e até de admitir para os outros e para si mesmo. Mas se a pessoa conseguir reconhecer que sentiu inveja e entender que sempre haverá algo ou alguém que poderá despertar este sentimento, já será um passo importante para aprender a lidar com a frustração de não ser como o outro ou não ter o que o outro tem (seja algo material ou uma qualidade qualquer).
prof. dr.  mario louzã

Com a aceitação, a pessoa terá maturidade para encarar a inveja como uma busca de melhoria. Ou seja, se você quer tanto ter uma determinada habilidade que o outro tem, sinta admiração e busque inspiração para tentar alcançar seu objetivo!  

Texto do   Prof. Dr. Mario Louzã,  médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.



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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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